Sim, esse título é uma analogia ao texto de Nizan Guanaes, “Liderar na crise”, publicado na sua coluna de 17.03.2015. Autorizo-me a fazer essa comparação, pois acho possível e pertinente.
Os pensamentos de Nizan são muito aderentes à filosofia da Improvisação Aplicada.
A ideia central do publicitário baiano é a de que, na crise, alguns apenas se queixam dos problemas, outros os usam para crescer. O mesmo vale para um bom improvisador. Ele não paralisa diante de uma proposta ruim ou indesejada, ele se adapta e usa o problema a seu favor para dar sequência à história e agradar ao público. Na improvisação, tudo vira insumo para a cena, nada é desconsiderado.
Outro ponto de Nizan aderente à Improvisação Aplicada é a postura do líder com seus liderados. Para o colunista, liderar é fazer o que precisa ser feito ao invés de apenas dizer o que precisa ser feito. Em momentos de crise, o líder deve servir às pessoas a sua volta e inspirar pelo exemplo.
Na improvisação, os jogadores possuem uma regra de ouro: cuide de seu colega e faça-o se sentir bem em cena. Se um jogador fica sem ideias ou ação, seu colega o ajuda, cria ofertas e constrói a sequência da cena. Ele não fica assistindo ou apenas dizendo como fazer, ele vai lá e faz. Improvisando, todos são diretores e atores e servem uns aos outros, tal como o estilo de liderança de Guanaes.
A filosofia da Improvisação é muito útil para o momento que estamos vivendo. A crise, independentemente de sua real dimensão, não tem o poder (por si só) de paralisar empresas, pessoas ou até mesmo uma nação.
A crise não é necessariamente ruim, ruim é o que deixamos a crise fazer conosco. As dificuldades impostas por ela certamente criarão oportunidades.
Diante da crise, portanto, há duas saídas: reclamar ou improvisar.
Improvisar é enxergar ofertas em toda e qualquer situação. O cenário, muitas vezes, é construído por influências externas a todos nós, mas não podemos esquecer que estamos em cena. Nesse momento, enquanto alguns esperam o script dos próximos capítulos, os improvisadores trabalham para CRIAR essas cenas.
Um bom improvisador não perde tempo reclamando que as coisas não estão como deveriam estar, ele aceita a realidade a sua volta e usa o que tem a sua disposição para encontrar uma solução e seguir em frente, seja no palco ou na vida.