Imagine um lugar onde tudo o que se faz alguém olha e aceita.
Imagine um lugar onde um pequeno movimento pode se transformar em um trampolim para o início de uma dança.
E onde um som emitido por engano pode ser o início da composição de uma orquestra humana.
E o cenário é uma grande floresta, cujo centro é um lago gelado, rodeado de chalés de madeira, jacuzzis quentinhas, cheiro de mata e sons de passarinhos.
Agora imagine esse cenário, povoado por gentes dos 4 cantos do mundo,
falantes de idiomas diversos,
com uma língua em comum: a da improvisação.
E para acrescentar um pouco mais de fantasia à imaginação,
pense num clima em que cada movimento pode se transformar em um jogo,
em que cada sorriso pode se transformar em uma conversa significativa,
e em que cada som (até mesmo os equivocados), pode se transmutar no início de uma música.
Conseguiu imaginar?
Foto: Alex Tran (http://alextranphotography.com) – Um fotógrafo canadense com uma habilidade ímpar em captar momentos incrivelmente sensíveis.
E ainda tem mais…
Imagine que a cada olhar, um encontro aconteça,
e que esse encontro seja a realidade que mais importa no momento,
e que desses encontros, surja a coragem para fazer novos encontros,
e que cada um é eterno (enquanto dura).
Conseguiu imaginar?
Então, quero te contar que isso não é um mundo de fantasia.
Ele existe. E eu pude viver um pouquinho disso tudo numa linda Conferência da AIN, de Improvisação Aplicada, em Montreal.
E o que concluí? Que é possível. Sim, um novo mundo é possível. E que aceitar as ofertas que o mundo nos dá e construir a partir delas é viver a essência da improvisação. E que improvisar, no fundo, no fundo, é um tremendo ato de amor.